A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), se pronunciou nesta quarta-feira (2) em defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o parlamentar ser alvo de fortes críticas e ataques nas redes sociais por causa da crise entre o Congresso Nacional e o Governo Federal, envolvendo a derrubada dos decretos que aumentavam a alíquota do IOF.
Por meio de publicação nas redes sociais, Gleisi repudiou as ofensas direcionadas ao deputado paraibano:
“O debate e a divergência fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o deputado Hugo Motta”, escreveu a ministra.
A presidente nacional do PT também fez um apelo por equilíbrio e diálogo no cenário político, afirmando que o respeito às instituições e às pessoas deve ser a base da convivência democrática.
“O respeito às instituições e às pessoas é essencial na política e na vida. Não é assim que vamos construir saídas para o Brasil”, completou.
Hugo Motta passou a ser duramente criticado por setores aliados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após liderar a articulação pela derrubada do decreto presidencial que previa o aumento do IOF sobre transações financeiras, especialmente envolvendo empresas de apostas online (bets) e fintechs.
Termos como “Hugo Motta traidor” e “Congresso da mamata” chegaram aos tópicos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias. A medida, que impacta diretamente na arrecadação federal, gerou reação imediata do Planalto e abriu nova tensão entre Executivo e Legislativo.
Na tentativa de conter o agravamento da crise, Gleisi Hoffmann sinaliza que o governo busca moderar os ânimos e reestabelecer canais de diálogo. A Advocacia-Geral da União (AGU) já protocolou uma ação no STF para tentar garantir a constitucionalidade do decreto derrubado.
Apesar das divergências, o governo evita romper pontes com o Congresso e busca manter uma base mínima de governabilidade para enfrentar os próximos desafios do mandato.
O episódio, no entanto, acende o alerta sobre as dificuldades crescentes do Planalto para manter unidade política em torno de pautas sensíveis, especialmente diante da proximidade do ciclo eleitoral de 2026.